O sol a pino das Doze horas fizera-o acordar suado em mais uma tarde de Janeiro. A avó, com quem morava, havia saído como de costume para as compras preparativas do almoço. Ventava quente em Copacabana e o apartamentinho estreito, com as cortinas abertas, permitia que a confusão do trânsito entrasse sonoramente. Foram momentos sem o que fazer, variava da cama para a tv.
Após dormir o resto da tarde já chegavam as Oito horas. Se perguntava como que de noite o calor podia permanecer tão intenso no bairro. Ficou minutos parado na cama sem fazer ao menos uma reflexão.
Um "clic" deu na cabeça e sentiu que precisava sair dali. Abriu a porta da salinha, entrou no elevador antigo e chegou a rua. Foi em direção à Avenida Atlântica, correu pra areia. Olhou o mar. Agora, sem as muchachas que faziam a sua noite, nada mais o interessava. O mar, com suas enormes colchas negras, o namorava mais que nunca.
16 de Dezembro de 2006.
3 comentários:
se o texto tivesse que ser reescrito hoje, o que mudaria ? Um fds perfeito para voce.
em que tu te inspirastes nesse texto?
muito bom mari!
deu o ar de sua graça
=)
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