terça-feira, julho 24, 2007

Conto rápido sobre a pirua

Essa história é real. No meu tempo de jazz (a dança), reduto das mini ladies da zona sul, enquanto esperava o início da minha aula sempre viajava um pouco observando as pessoas em volta. A maioria eram mães e babás que aguardavam o fim da aula infantil pra buscar as filhas. O engraçado é que era tanta mãe dondoca às 5 horas da tarde que eu criava a história de vida de cada uma delas na cabeça. Sempre na moda (na moda não é sinônimo de bem vestida neste relato. No dia em que sapato bico fino imitando couro de jacaré for considerado bonito, eu visto um tênis de cada cor. - sei que tem gente que já faz isso, mas eu nunca faria até então.), com cabelo, unhas e maquiagem em dia, era divertido ver elas procurando o que fazer nesse meio tempo. Pegavam a "Caras" do cabide de revistas e folheavam mega interessadas. Não devem, nem deviam ter trabalho. No máximo donas de loja. Mas eram simpaticíssimas, juro. Não falei isso com o intuito de você pensar "Ahh, mas eu não acredito. Não caio nessa."; não penso e agora não mais julgo alguém por sua aparência ou por, em plenas 5 horas da tarde, estar livre e desocupada. Até que ao final da aula da criançada, via uma das mães abraçando sua filha, arrumando a presilha do cabelo da mesma, e pedindo pra trocar a roupa rápido porque o motorista já tava dando a volta no quarteirão. A filha perguntava se ia poder assistir "Meninas Superpoderosas" depois do jantar e a mãe concordava contanto que antes das 21h ela já estivesse na cama, pois no dia seguinte tinha de acordar cedo pra aula de inglês no 'Dice'. E ela, mãe, vivia como? Aposto que chegava em casa, esperava o maridão pra jantar e conversavam sobre toda burocracia de algum processo que a empresa em que ele trabalha estava sofrendo. Talvez ela já esteja planejando as férias de Julho, o chá com as amigas no final de semana seguinte. E o grande dia? Chegaria? Não consegui imaginar o que seria o grande dia...

=/

segunda-feira, julho 02, 2007

O hematoma cura rápido

O cobertor me aquecendo, não esperava esse frio no Rio de Janeiro, e eu, já meio mal, conversei com a consciência. Primeiro lhe dei forma; ela é uma miniatura minha, às vezes vem em forma de criança, às vezes vejo só seu rosto. Me senti idiota outra vez, recebi o comum esporro de "Mas você não é assim!", insisti em olhar, doeu.
Mil frases de pára-choque de caminhoneiro vieram à cabeça, com teminhas de auto-valorização; no caso, de mim.
Acordei ainda com o resfriado da outra semana e a dor passou. Mas ela vem, volta, concluí coisas pra ela não vir mais. Vocês estão certos, levei um socão na cara.

Parou a via-expressa.