sexta-feira, março 30, 2012

Profundo

Tem no que penso algo estranho.
Tem no que sinto um mistério.
Sinto, mas não me acompanho.
Penso, mas não levo a sério.

Sinto ora com o pensamento,
Penso ora com o coração.
Penso se dou sentimento?
Sinto se uso a razão?

Será que a cabeça é que ama
E que o coração não existe?
Que o cérebro é que pensa o drama
E que o pensamento é que é triste?

Assim morreria no mundo
O que se escreveu de poesia.
Prefiro não ser tão profundo
E achar que é o coração que cria.


(Paulo César Pinheiro)