quarta-feira, abril 04, 2007

Terça-feira minha

A rua, de costume, corre livre a noite.
Não naquele dia.
Cidade estranha
Por algo que acontecia.
Já em movimento, com o vento na cara,
Observei o céu limpo.
Estamos sem chuva há dias.
Sem neblina, sem nuvem no céu.
Aquele azul escuro-marinho
Coberto de pingos brilhantes que chamam alguma atenção.
Era cor incomum.
O sol já se escondia atrás do morro
em "stand-by".
Já era hora de criança estar na cama
E a bossa que escutava dava trilha sonora ao momento.
O pianista faria aniversário.
Luizinho Eça.
Batidas diferentes, solos mirabolantes e vocais mais que ardentes.
Senti saudade de uma época que não vivi.
Não era, então, saudade.
Apenas a vontade de estar naquele ambiente de fotografia, onde a mais pura alegria encantava quem era jovem.
Os barzinhos da cidade, a música por valer, a arte admirada.
Época em que além de discussões inteligentes, fazia-se samba e amor até tarde.
Naquele dia senti a paz. Eu estava bem comigo mesma.

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